Quem sou eu: A Bruta Flor[2].
Meio Inaura meio Lisbela[3].
A Bárbara que não consegue ser a Angela[4],
a Bárbara que odeia a virtude que o atrai tanto.
Uma humana meio desumana
Uma vítima culpada
Meio doce e meio azeda.
Completamente tudo e
completamente nada.
Eu sou a senhora Antítese
O sim e o não numa resposta só
O certo e o errado ao mesmo tempo
O pânico e a harmonia juntos
tanto na hora do beijo como na do xingamento
O querer e o desquerer pelas mesmas coisas
Tudo isso na mesma fala
No mesmo sentimento
No mesmo momento
Pela mesma coisa ou pessoa
Tudo duma vez só!
Será que um dia eu me aquieto?
Não quero olhar pra trás e ver o fracasso dos meus vilões – aqueles que a sociedade diz ser meus defeitos – me parecendo de maior importância que as vitórias dos meus heróis – minhas virtudes. Mas como eu consigo mudar isso? Dá? Não acho que as pessoas tenham um equilibrio, mas isso não quer dizer que não haja pessoas boas ou más. Acho que há pontos onde se é bom e pontos onde se é mal, e como em todo bom jogo, ganha o lado que tiver mais pontos. Daí minha dúvida: porque sou tão má com o amor?
O sentimento descrito pelos poetas
A suicídio de Julieta
A lágrima e o sorriso dos apaixonados
O que eu tenho e não sei como usar
O que é meu e não consigo dá...
Meu amor é unilateral e prisioneiro do meu egoísmo
E segundo o Nando Reis... até irreal ele é![1]
Eu sou a dona do meu drama,
a única responsável pela minha confusão.
Quem mandou ser assim?
[1] “Tornar o amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém”. “Quem vai dizer tchau” - Nando Reis
[2] “O Quereres” - Caetano Veloso
[3] Filme “Lisbela e o Prisioneiro”
[4] Filme “O Vestido”
